Quem
já se sentiu pressionado levante a mão!
Em
todos os lugares em que faço essa pergunta, 98% das pessoas levantam as mãos, e
os outros 2% não as levantam porque não a entenderam ou estavam distraídos.
Todos
nós já enfrentamos momentos de pressões. Somos pressionados diariamente nas
mais diversas áreas e assuntos que envolvem a vida.
Crianças,
idosos, pobres, ricos, empregados, empresários, líderes de nações e donas de
casa. Todos nós enfrentamos e continuaremos a enfrentar pressões.
Existem
pressões em casa, na escola, no trabalho, no trânsito, no ministério, nos
relacionamentos, nos negócios, no lazer, enfim em tudo.
As
pressões podem ser intensas ou aquelas habituais do dia a dia, como: entregar uma
tarefa na escola, dirigir no trânsito, chegar na hora a um compromisso, o que fazer
para o jantar, entre muitas outras.
Nos
momentos em que a pressão é intensa, temos a impressão que ela nos joga contra
a parede, encurralando-nos, exigindo uma atitude imediata.
Temos que aprender a
lidar com tais pressões, buscando orientação do Senhor para sabermos o que
fazer. As pressões sempre existiram; não é um mal contemporâneo. No Jardim do
Éden já encontramos Eva submetida a uma forte pressão por parte de Satanás para
derrubá-la.
Na
Bíblia encontramos homens e mulheres que foram espremidos sob as forças das
pressões. Coloque-se na pele de Abraão, levando Isaque para o sacrifício; na
pele de Davi, enfrentando Golias; Daniel, lançado na cova dos leões, dos três
que foram jogados na fornalha, de Jesus no Getsemani e da Igreja, em Atos. Sem
falar de homens e mulheres na história da Igreja que foram levados aos limites
do sofrimento, sendo perseguidos, torturados e até mesmo mortos.
Basta
ler Hebreus 11 para termos um panorama daqueles que viveram sob pressões e as
venceram pela fé.
Viver
sob pressão não significa que Deus está distante ou ausente de nós. Pelo
contrário, Ele sabe muito bem o que as pressões significam para o homem. Max
Lucado escreveu: “Deus sabe mais sobre a vida do que nós.” (Ele ainda remove pedras). É verdade, o
Senhor sabe que passamos por pressões e deseja nos ajudar a vencê-las.
Infelizmente
nem todos se saem bem quando pressionados. O Rei Saul é um desses exemplos. No livro
de 1Samuel encontramos a história desse primeiro rei de Israel.
Três
aspectos importantes ressaltam na vida de Saul, que todos aqueles que amam ao
Senhor e desejam fazer a Sua obra também devem ter. Em 1Samuel 10, lemos a
respeito disso.
O primeiro
é que Saul havia sido ungido (v.1). Segundo,
ele estava cheio do Espírito Santo (v.6) e o terceiro, ele profetizava (v.10).
Isso
deve fazer parte da vida de todo cristão. Nós também precisamos da unção de
Deus sobre a nossa vida. Devemos buscar desesperadamente a unção de Deus,
sermos cheios diariamente do Espírito Santo e profetizarmos a Palavra do
Senhor.
Saul
tinha tudo isso. Estava começando muito bem. Porém, começar bem não significa
terminar bem. Podemos começar algo muito bem, até mesmo o nosso relacionamento
com Deus, mas ao longo do tempo, perder o coração e nos desviarmos da Sua
vontade.
Nesse
mesmo capítulo, o profeta Samuel dá uma ordem a Saul. Leia com atenção o verso
abaixo:
“Tu,
porém, descerás adiante de mim a Gilgal, e eis que eu descerei a ter contigo,
para oferecer holocaustos e sacrifícios de ofertas pacíficas. Esperarás sete
dias, até que eu vá ter contigo e te declare o que hás de fazer” (1Sm.10.8).
Note
que a ordem era, de certa maneira, bem simples. Não havia dificuldades para
cumpri-la. Saul só tinha que: 1) ir antes de Samuel; 2) ir para Gilgal; 3)
esperá-lo por sete dias; 4) ouvir o que Deus iria declarar.
A ordem
de Samuel a Saul consistia em obediência pura e simples. Ouvir o que foi dito e
obedecer; não era necessário nada sobrenatural ou algum esforço que fosse além
da capacidade de Saul. Observe que Saul deveria ser bem prático. Literalmente,
ele tinha que andar, chegar até um determinado lugar e aguardar. Os passos
seguintes seriam dados por Deus.
O Senhor falaria por meio do profeta Samuel a
respeito da Sua vontade para Saul.
Em
1Samuel 13 nós chegamos até Gilgal, onde encontramos Saul e o seu exército
acampados para enfrentar os filisteus. Até aqui Saul havia obedecido à ordem de
Samuel. Porém os problemas começam a aparecer. As pressões começam a espremer o
rei.
Saul
estava diante de um exército inimigo muito forte e muito bem equipado para a
guerra. Os dias estavam passando e nada de Samuel aparecer para declarar a Saul,
da parte de Deus, o que deveria ser feito.
Durante
esses dias de espera, alguns acontecimentos passaram a pressionar Saul. Os seus
soldados começaram a abandoná-lo devido ao medo. Alguns fugiram para as
cavernas (1Sm 13.6), outros ficaram, mas estavam tremendo de medo (1Sm13.7) e
se dispersaram (1Sm.13.8).
Vendo
tudo isso, pressionado pela situação, no
sétimo dia Saul ordenou que lhe trouxessem os holocaustos, e ele mesmo os
ofereceu.
Assim
como uma fruta espremida solta o seu suco, as pressões, quando nos espremem,
revelam o que há dentro de nós.
O “suco”
que saiu de Saul revelou o que havia em seu coração: medo, falta de confiança
nas palavras de Samuel, ansiedade, entre outras coisas.
Como
Saul, nós também erramos muitas vezes. Obedecemos em parte. Vamos até certo
ponto, mas quando é necessário esperar e manter o nosso coração firme em
confiança naquilo que Deus falou, erramos.
Em
meio a um mundo imediatista, desejamos que tudo seja bem rápido, inclusive
Deus.
Porém
não é assim que as coisas funcionam no mundo espiritual.
O
apóstolo Pedro, em sua segunda carta, declarou que a nossa fé deve estar unida
à paciência (2Pe.1.5-7).
Cada
dia mais temos feito a oração do brasileiro: “Senhor me dê paciência, mas me dê
agora!”.
A
Bíblia diz: “Mal acabara ele de oferecer o holocausto, eis que chega
Samuel;...” (1Sm.13.10)
Eu
não acredito em azar, mas Saul... Ele esperou, esperou, esperou e nada de
Samuel aparecer. No final do sétimo dia, não acreditando mais que Samuel viria,
ofereceu o sacrifício. Que pena!
Fico
imaginando Saul abaixando a cabeça, cerrando os olhos, passando a mão na testa e pensando: O que eu fui fazer?!
Então
Samuel, vendo o holocausto oferecido, confronta Saul. O interessante é observar a resposta de
Saul (1Sm 13.12): “...forçado pelas
circunstâncias, ofereci holocausto”.
Com
certeza as circunstâncias nos cercam e exigem uma atitude, e que seja rápida.
Saul
havia caído nas cruéis garras da pressão e agido por conta própria.
Se
Saul tivesse obedecido ao Senhor, teria o seu reino confirmado para sempre.
Porém, a desobediência teve um alto custo para o rei (1Sm.13.13,14): ninguém da
sua linhagem subiria mais ao trono de Israel.
Como
disse anteriormente, volto a repetir: todos nós estamos diariamente submetidos a
pressões. Hoje alguns as enfrentam de maneira severa e intensa. O que fazer
então?
Como
no exemplo do Rei Saul, é muito importante obedecer os passos e esperar Deus
falar para saber o que fazer. A fé vem por ouvir a palavra de Deus (Rm 10.17). Se
não ouvirmos, não teremos fé e sem fé não teremos a vitória.
Não
seja precipitado tomando decisões que sejam concebidas por sua própria mente.
Ouça a voz de Deus. Com certeza, Ele tem uma palavra específica para esse
momento que você está enfrentando.
Autoria
do texto: Carlos Barabás