Muitas doenças levam à cegueira. A pior delas... a vaidade.
A vaidade cega.
Não só cega como também ensurdece.
Caminha em escuridão, desconhece a luz.
A vaidade é tirana, opressora e egoísta.
Orgulha-se de si mesma e diz: “A mim mesmo me basto!”
Alimenta-se da admiração dos outros.
Ostenta-se e desconhece o próximo.
Exibe suas penas como um pavão.
Mora ao lado da falsa modéstia.
Não tem raça, cor ou religião.
A vaidade é um altar construído dentro de si para que o ídolo
“Eu” seja adorado.
Grita ao seu próprio coração: “Eu subirei, serei honrada no
trono, serei vista por todos”.
A grande verdade é que a vaidade leva ao abismo.
Os que a ela se entregam caem em um poço de cegueira e
solidão.
É traiçoeira.
Graças à vaidade, o anjo de luz tornou-se o anjo das trevas.
Se fez isso a ele, não faria isso ao homem também?
Vaidade...
Quão vazia você é! Quão oca pode tornar uma pessoa!
Como são tolos os que caem em suas ofertas.
É difícil soltar-se de suas garras.
Oferece-se prometendo glória.
Arrasta os simples ao seu interior.
Penetra o coração com suas setas venenosas e os encanta com
suas adulações.
Conduz os seus eleitos como escravos.
Coloca neles suas correntes e os prende com cadeados.
Como Narciso, a vaidade encanta-se com a própria imagem.
O que dizer à vaidade? Ela não escuta.
O que mostrar a ela? Ela não enxerga.
Vaidade...
Aquele em quem não foi encontrada vaidade alguma declarou:
“Bem aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus”.
Texto de Carlos Barabás
Revisão e edição: João Barabás