Foi com essa frase
que a sessão extraordinária no Sindicato dos Dias da Semana (SDS) foi
encerrada, dando início a uma greve sem previsão de término.
Toda essa história
começou no dia em que os dias da semana decidiram marcar uma reunião para o dia 29 de março de 2013.
Sexta-feira falou que não iria, porque era o
seu dia especial – “sexta-feira
santa” – e que não trataria de assuntos triviais em um dia que é só seu, ainda por cima, santo e feriado.
Os outros dias
sentiram-se humilhados e inferiorizados por tal arrogância da sexta-feira.
Pensaram
até que todo esse orgulho era devido à primeira missa de Páscoa que seria
realizada pelo novo Papa.
A confusão foi parar
no Sindicato, que marcou a tal sessão extraordinária, apresentando a proposta “Queremos ser santos também!”, o que deu
início à greve.
A partir daquele
momento, nenhum dia da semana, com exceção da sexta-feira, voltaria aos seus
postos de trabalho. Uniram-se a eles a Central Única dos Calendários (CUC). Os
dias, meses e anos também aderiram à greve.
A categoria insistia
em reivindicar que não só a sexta-feira, mas todos os dias da semana também
fossem santos.
A greve alcançou
dimensões nunca antes vistas na história dos trabalhadores de outras categorias.
Os dias sumiram dos calendários, dos computadores, dos celulares, dos relógios
e painéis eletrônicos, dos boletos bancários, dos prazos de validade, enfim, desapareceram.
Só a sexta-feira aparecia, mas do que adiantava?
Uma grande confusão
se formou. As bolsas de valores despencaram, empresários, desesperados, perderam dinheiro e não queriam pagar os
salários dos dias trabalhados, escolas fecharam e houve caos nos aeroportos
(como se não houvesse antes...).
Ninguém sabia ao
certo em que dia estavam, qual o dia
anterior e o próximo.
As mulheres grávidas
perderam a conta das semanas de gravidez, as noivas não sabiam mais quanto
tempo faltava para se casarem e as pessoas estavam preocupadas em quando
comemorar o aniversário. Uma grande
confusão.
A FIFA pediu para que
o Sindicato revisse a posição radical que tomou, visto que não se sabia mais
quanto tempo faltava para o início da Copa do Mundo no Brasil.
No campo político não
houve qualquer tipo de perturbação, já que não se leva em conta o dia da semana,
do mês ou do ano que se está. Fazer nada pode ser feito em qualquer dia.
Para tumultuar ainda
mais o andamento da greve, grupos radicais dos sindicatos decidiram promover na
sexta-feira santa um churrasco, como forma de protesto. O Sindicato dos Bovinos
já se declarou contrário a tal ato, dizendo: “Vocês é que estão brigando, e nós
é que vamos parar no espeto!”
Os dias da semana
estão pleiteando o título de santos também.
Soube-se por fontes
fidedignas, de dentro do SDS, que uma ordem do Criador chegou.
Essa ordem diz que a
greve deve terminar imediatamente, e que não só a sexta-feira é santa, mas
todos os dias da semana também o são. Cada dia tem o seu valor e o seu
préstimo. Negócio de dia santo é coisa do homem.
O Criador, ao formar o mundo, viu que tudo o que fizera
era bom. Abençoou o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a
Sua obra.
A ordem foi atendida
imediatamente. A greve acabou.
Tudo voltou ao
normal.
As vacas respiraram
aliviadas.
Autoria do texto: Carlos Barabás
Fantástico !!!! Tal construção e mensagem só poderia vir de uma mente abençoada, cristã e brilhante como a sua. Gostamos muito e vamos repassar. Feliz Páscoa a toda a família Barrabás.
ResponderExcluirMaria Alzira e Clayton