Coisas grandes nos impressionam. Nos impressionamos diante de pessoas grandes, de gigantes, muito mais.
A Bíblia narra algumas histórias de gigantes. A impressão que temos quando ouvimos falar de gigantes é aquela das histórias de Gulliver ou de João e o pé de feijão. Mas esses gigantes das histórias infantis são bem diferentes dos gigantes descritos na Bíblia. Os das histórias infantis são fantasias e imaginação; os da Bíblia eram reais, fortes e violentos.
Os gigantes sobre os quais a Palavra de Deus nos fala, eram homens de grande estatura, descendentes dos Nefilins, homens fortes e preparados para a guerra.
Um dos gigantes citados na Bíblia é bem conhecido de todos. É o filisteu Golias, que tinha 2,90 metros de altura. Se eu parasse na frente de Golias, o seu umbigo era o que estaria bem a frente dos meus olhos, de tão alto que ele era, sem falar da sua força.
Uma coisa é certa: aqueles que viam gigantes ou tinham que enfrentá-los ficavam com medo.
Há duas histórias na Bíblia em que o povo de Israel se deparou com os gigantes. Uma delas é quando os doze espias voltam da missão de espiar a terra de Canaã e a outra é quando o exército de Israel, sob o comando do Rei Saul, tem que enfrentar o exército filisteu.
Existem, nessas duas histórias, quatro fatores em comum.
Primeiro: os gigantes.
Segundo: o medo.
Terceiro: como os gigantes foram enfrentados.
Quarto: Deus.
A primeira história conta que os hebreus haviam atravessado o deserto, após a saída do Egito e estavam, agora, às portas da Terra Prometida. Deus ordena, então, que Moises separasse doze homens, lideres de suas tribos, para uma missão de reconhecimento. Eles deveriam percorrer toda a terra de Canaã, observar a geografia, os povos, as cidades e os produtos daquela terra. Após observarem tudo, deveriam voltar com um relatório para Moisés. (Nm.13)
Ao voltarem os doze espias, apresentaram-se a Moises, a Arão e a todo o povo que estava, acredito eu, de ouvidos e olhos bem abertos para escutar atentamente tudo o que seria dito.
Foi, então, que dez dentre os doze começaram a falar do grande problema daquela terra, que eram os gigantes (Nm.13:26-33).
Esse relatório dos dez espias causou um grande pânico no meio do povo, e todo o arraial dos hebreus chorou de medo naquela noite.
Josué e Calebe tentaram acalmar o povo, fazendo-os lembrar daquilo que o Senhor era capaz de fazer por eles. Eles disseram: “E não tenham medo do povo da terra, porque nós os devoraremos como se fossem pão. A proteção deles se foi, mas o senhor está conosco. Não tenham medo deles!” (Nm.14.9).
As palavras desses dois espias não causaram nenhum impacto na vida dos hebreus; eles se esqueceram de Deus e deram espaço para que o medo os dominasse.
Como resultado, ao invés de entrarem na Terra Prometida e tomarem posse daquilo que Deus havia prometido, tiveram que voltar para o deserto e permanecer ali por quarenta anos, até que toda aquela geração de medrosos morresse e uma nova geração estivesse disposta a obedecer e andar pela fé em Deus. De todos os hebreus, somente Josué e Calebe entraram na Terra Prometida, porque confiaram em Deus e estavam dispostos a vencer os gigantes com a ajuda do Senhor.
A segunda história é sobre Golias, um gigante. Ele era o tanque de guerra dos filisteus, 2,90 metros de puros músculos, força e violência. Estava armado até os dentes, e suas armas impressionavam a todos. Em 1Samuel 17:1-8, você verá a descrição de Golias.
Durante quarenta dias, Golias desafiou o exército de Israel a encontrar um valente para combater com ele.
Se olharmos para a fileira do exército de Israel, não encontraremos ali muita coragem. Note as palavras de Golias e a reação do Rei Saul e de seus soldados: “E acrescentou: “Eu desafio hoje as tropas de Israel! Mandem-me um homem para lutar sozinho comigo”. Ao ouvirem as palavras do filisteu, Saul e todos os israelitas ficaram atônitos e apavorados” (1Sm.17:10,11).
Não é essa a reação que esperaríamos de um rei e de seu exército. Mas eles ficaram paralisados diante da ameaça do gigante. O medo tem o poder de paralisar as pessoas.
Um jovem que estava ali para levar um pouco de mantimento aos seus irmãos e para saber notícias deles, ouviu a respeito das ameaças do gigante. Sabemos quem era esse jovem. Seu nome era Davi, aquele que Samuel havia ungido para ser o futuro rei de Israel.
Davi indignou-se ao ouvir as afrontas do gigante contra o povo da aliança e ao ver o medo e a covardia daqueles soldados. Ele, então, decidiu aceitar o desafio e enfrentar aquele gigante.
Sabemos que Davi não era um soldado; ele era um pastor de ovelhas e não conhecia nada a respeito do manuseio das armas de guerras. Mas Davi conhecia uma arma poderosa contra o inimigo: a sua fé em Deus.
Davi apanhou cinco pedras e, com a funda em mãos, correu em direção ao gigante, dizendo: “Você vem contra mim com espada, com lança e com dardos, mas eu vou contra você em nome do senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem você desafiou.” (1Sm.17.45).
Com grande habilidade, Davi arremessou a pedra com a sua funda e aquela pedra acertou em cheio a testa do gigante Golias, que foi ao chão (1Sm.17.49). Davi então subiu no peito do gigante e, com a espada do próprio Golias, cortou-lhe a cabeça (1Sm.17.51).
Lemos, de uma maneira bem resumida, a respeito de duas histórias bíblicas envolvendo gigantes e como eles foram enfrentados.
Hoje não enfrentamos gigantes como aqueles, mas enfrentamos situações gigantescas. Os nossos gigantes, como os deles, também possuem a ferocidade, a violência e produzem o medo. Olhamos para cima e não conseguimos enxergar mais nada a não ser o gigante que está à frente, nos desafiando e zombando de nós.
A pergunta é: Como iremos combatê-los? Entraremos em desespero e choraremos o resto da vida como os hebreus no deserto, ou os enfrentaremos com a ajuda de Deus e veremos a vitória, como no caso de Davi?
Enquanto os hebreus, diante do relatório negativo dos espias, tiveram uma reação medrosa e covarde, Davi confiou em Deus e, mesmo com poucos recursos físicos, apenas com as pedras e a funda, foi em direção ao gigante confiando em Deus. A fé era a sua arma.
Para enfrentar os nossos gigantes, precisamos confiar em Deus e, para isso, é necessário fé.
O que Davi experimentou depois de colocar a sua fé em prática? A vitória. O que os hebreus experimentaram após o medo? A derrota. Voltaram para o deserto e ficaram por lá, dando voltas, por quarenta anos. O medo nos atrasa e nos faz recuar.
Autoria do texto: Pr. Carlos Barabás
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